quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

HISTÓRIA DA AGRICULTURA NO BRASIL

Estava vendo uma matéria da ORIGEM na tv e acabei pensando em escrever uma opinião, bem particular, sobre as questões da grande disputa do mercado em relação aos produtos orgânicos e convencionais.

Segue abaixo um pouco da introdução que eu já pesquisei e em breve posto sobre oque eu realmente queria me posicionar.


HISTÓRIA DA AGRICULTURA NO BRASIL

Há relatos que, na pré-história, em torno de 12000 A.C., começaram a surgir as primeiras formas de agricultura (domesticação de espécies de vegetais) e pecuária (domesticação de animais), junto com a formação das primeiras aldeias agrícolas. Nesse período, o uso do fogo e de algumas ferramentas, assim como do esterco animal, passaram a fazer parte do cotidiano dos aglomerados urbanos, os quais deram origem às cidades.

No Brasil, antes da chegada dos portugueses, as populações indígenas que viviam no litoral alimentavam-se, basicamente, de peixes e crustáceos, abundantes na costa brasileira. Esses restos alimentares deram origem aos fósseis chamados de sambaquis. Além disso, consumiam raízes (mandioca, cará) e praticavam a caça de pequenos animais nas áreas de Mata Atlântica.

Os colonizadores europeus, desde o século XVI, realizaram a devastação das vegetações litorâneas brasileiras, iniciadas com a exportação do pau-brasil como matéria-prima para tingir tecidos. Posteriormente, através das culturas de exportação, como a cana-de-açúcar seguida pela pecuária extensiva, passando pelos ciclos do ouro, para chegar à exploração do café. Toda a economia era voltada para a exportação. Um continente com terras inexploradas a milhões de anos seria extremamente fértil a qualquer tipo de exploração agrícola. Até porque, conforme escreveu Pero Vaz de Caminha: "...em se plantando tudo dá...".

Em 1859 foi criado, por Decreto (nº 2.521 de 20/01/1860), o Imperial Instituto Bahiano de Agricultura, instituição que precedeu e possibilitou o surgimento da Imperial Escola Agrícola da Bahia em 1875, junto a outros Imperiais Institutos de somando-se às diversas experiências modernizadoras realizadas no país por D. Pedro II, que tinha o intuito de solucionar problemas de mão-de-obra, capital e atraso tecnológico no que se referia à produção agrícola brasileira, que se via em crise em virtude da retração do mercado internacional e da conseqüente diminuição do preço pago pelo açúcar nacional.

Primeira Revolução Agrícola ocorreu, por volta dos séculos XVII, em virtude do crescimento populacional e da queda de fertilidade dos solos utilizados após anos de sucessivas culturas no continente europeu, causaram, entre outros problemas, a escassez de alimentos. Nesse sentido intensifica-se a adoção de sistemas de rotação de culturas com plantas forrageiras (capim e leguminosas) e as atividades de pecuária e agricultura se integram.

No final do século XIX e início do século XX, os problemas de escassez crônica de alimentos em solos europeus intensificam-se, levando a uma série de descobertas científicas e tecnológicas: fertilizantes químicos, melhoramento genético, máquinas e motores à combustão. Estas descobertas possibilitaram o progressivo abandono das antigas práticas, levando a uma especialização dos agricultores tanto nas culturas quanto nas criações.

Inaugurava-se uma nova fase nos sistemas agropecuários, na qual a forma de conceber e gerenciar a atividade rural passa a ser chamada de Agricultura Industrial (AI), Agricultura Convencional ou Agricultura Química. Esta fase é chamada de Segunda Revolução Agrícola ou Revolução Verde.

ORMOND et.al. (2002) relatam que, na década de 20, tem-se o início da história da agricultura orgânica no Brasil pelo trabalho do pesquisador inglês Albert Howard, que, em viagem à Índia, observou as práticas agrícolas de compostagem e adubação orgânica utilizadas pelos camponeses, relatando-as posteriormente em seu livro Um testamento agrícola, de 1940. Na mesma época, na França, Claude Aubert difundiu o conceito e as práticas da agricultura biológica ou orgânica.
Diversos países do mundo passam a estudar mecanismos para a agricultura orgânica. Em 1962 Rachel Carson marca o inicio das discussões ambientais com o livro “Silent Spring”, onde relata o dano causado ao homem e aos animais pelo uso indiscriminado de agrotóxicos.

Na década de 70, começaram a surgir no comércio da Europa os primeiros produtos orgânicos. No Brasil, a produção orgânica estava, e ainda está, diretamente relacionada com movimentos filosóficos que buscavam o retorno do contato com a terra como forma alternativa de vida em contraposição aos preceitos consumistas da sociedade moderna.

Na década de 90, alavancados pela ECO 92, proliferaram os pontos comerciais de venda de produtos naturais e, no final da década, os produtos orgânicos entraram, com força, nos supermercados.

Da mesma maneira que no restante do mundo, a existência de um mercado crescente e rentável tem atraído novos empreendedores, que visam, essencialmente, aos lucros que podem advir da atividade e, embora mantenham os preceitos técnicos da agricultura orgânica.

Hoje, deparamos com diversos termos e ideais na agricultura como, Agricultura orgânica, familiar, sustentável, convencional e extrativista.

Eng. Agr. Tatiane Parizotto Chrispim

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ORMOND et.al. Agricultura orgânica: quando o passado é futuro. BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 15, p. 3-34, mar. 2002
AMARAL, L. História Geral da Agricultura Brasileira - No Tríplice Aspecto Político, Social e Econômico v I; 408p 1958.